quarta-feira, 11 de abril de 2012

Entardecer


Nas folhas do livro
Onde se escrevem as manhãs
Sorvo o perfume da fonte
Que fez brotar as açucenas
Lembranças plenas
 De sol e de mar
De risos e de pontes
Que me acariciam o olhar
Enlaça as tuas mãos nas minhas
Com elos de amor
Que se escondem para chorar
Tens na alma o caminhar ferido
E os pés cansados dos espinhos
Que te rasgaram as pétalas
Observas o entardecer
Na penumbra dos dias invernosos
E caprichosos
Que se esvaem por entre os dedos
Cansados de sonhar
As tuas noites são como água
Cristalizada
No frio Inverno
E o teu sorriso terno
Deixa transparecer
Um olhar melancólico
Que se demora
Na longa estrada percorrida
Asfixias os gritos
Que te corroem a alma
Adivinho-te os gestos
Que não queres dizer
Sorrio para ti
E finjo que não percebo
O teu entardecer.  

A:CamilaSB 
2012

 ((imagem retirada da web)
 

4 comentários:

  1. o entardecer da vida.

    muito comovente.

    um grande beijo

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  2. Um entardecer triste.
    A vida correu e o peso dos anos faz-se notar.
    Penso que devemos encarar tudo com naturalidade e aceitar um dia de cada vez vivendo-o o melhor possivel.

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  3. hoje é apenas para desejar um bom dia de mãe.

    um domingo feliz.

    beij

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  4. Camila,
    Não me perdoo o facto de só chegar agora, quando por aqui se desenhava tão belo poema.
    Fico contente pelo regresso, sempre gostei dos ares que se respiram na vizinhança.

    Beijo :)

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